Arte na Fotografia - Conheça a fotografia artística de Adi Korndörfer

Depois de séculos tendo a vida representada através das pinturas em tela por grandes pintores como Claude Monet, Rafael Sanzio, Leonardo Da Vinci, a fotografia como a conhecemos hoje, também pode ser uma maneira de representar a vida, o que acontece nela e os sentimentos que se refletem a esses acontecimentos.

Usando ferramentas de edição ao invés de pinceis, a imagem e seu contexto fotográfico passa a ganhar um tom lúdico tornando a fotografia uma obra de arte.

Adi Korndörfer (36) é um exemplo de fotógrafa que usa de criatividade, talento e muito sentimento para criar suas fotos que podem ser comparadas a uma pintura em tela do período barroco e do período neoclássico (iluminismo), segundo a dr. em artes visuais da Universidade Feevale Mara Evanista Weinred, após ter analisado algumas fotografias da artista.

Nascida em Joinville (SC), a inserção da Adi no universo fotográfico veio da influência da sua mãe que registrava os momentos da família. A intenção inicial da fotógrafa era apenas registrar momentos em sua volta com os amigos, animais de estimação e o cotidiano. Tempos depois começou a fazer ensaios femininos e após quatro anos, no início de 2014, passou a direcionar suas fotos como forma de expressão pessoal. Atualmente suas inspirações vem de fotógrafas internacionais como Brooke Shadan, Alexia Sinclair. Kirsty Mitchel e brasileiras como Isabela Mariana e Danny Bittencourt.

Suas fotos são baseadas em suas histórias de vida abordando sentimentos, dores, angústias, sonhos e cada imagem ganha vida através da expressão dessas memórias. “Todas são a minha história ou no máximo, como eu queria que aquela história tivesse sido. Mas sempre cito a imagem “My best and my worst” que fala muito de mim apesar de não ser um autorretrato, tão comum nas minhas citações. Cada detalhe naquela imagem tem um motivo para estar ali e todas falam profundamente como eu me enxergo”, afirma Adi Korndörfer.

My best and my worst - Adi Korndörfer

Suas criações acontecem muitas vezes dentro da sua casa em Campo Bom/RS. Algumas vezes, com a ajuda do seu companheiro Fernando Korndörfer transformam um canto da casa em um um verdadeiro cenário para fotografar. Algumas fotos também são realizadas externamente, dando preferência para locais rústicos, como casa abandonada, floresta, túnel. “Acontece alguns acidentes às vezes, roxos e galos são normais depois das fotos, mas aí prefiro correr o risco eu mesma do que colocar uma modelo para sofrer”, diz Adi.

Para a artista toda foto conta uma história e o processo de produção pode ser trabalhoso, engraçado e divertido. Um exemplo disso é a foto When a book catchs you (foto acima) que exigiu muitas horas de trabalho com pouco conhecimento técnico. Outra foto que rendeu comentários foi a foto Hooked que segundo ela foi uma das mais divertidas. "Até hoje as pessoas perguntam se eu realmente atravessei um arame no meu rosto", conta Adi.

Em parceria como fotógrafo da região do vale do paranhana Gean Dittmann (28), criaram um evento chamado Clicknic que surgiu da dificuldade dos dois amigos se encontrarem para bater um papo e que hoje reúne profissionais de todo o Brasil para trocar ideias, dividir conhecimentos e arrecadar doações para causas sociais.

Para quem está iniciando na fotografia Adi Korndörfer deixa um recado:

"Dedique mais tempo encontrando sua voz criativa do que trocando de equipamentos. Se inspire mais no que te faz feliz e menos no que suas referências estão produzindo e não tenha medo de criar e errar.

É importante não se comparar com quem já tem muito mais prática , perceber que algumas pessoas ainda não chegaram onde você chegou e isso não te faz melhor só há mais tempo andando. tenha amigos artistas, troque muitas ideias, produza em grupo, colabore e não tenha medo de compartilhar"