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Quando a dor se transforma em sorrisos

  • Foto do escritor: PATRICIA KLEIN
    PATRICIA KLEIN
  • 7 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura




foto: Handrey Heitor Pereira de Campos

Dizem que depois da tempestade, o sol volta a brilhar. Mas para algumas pessoas, ele pode demorar um pouquinho. É preciso desembaçar o olhar, para conseguir ver o horizonte.

Janir Nardi (51), é uma contadora de história que há três anos leva para os lares de idosos e para crianças dentro e fora da sala de aula em Campo Bom, um momento de descontração e alegria, através de belas histórias. Ela é alguém que precisou de um tempo para recuperar suas forças, tiradas através de um dos momentos que pode ser considerado o mais difícil para os pais, que é a perda de um filho.

Há 10 anos, uma tragédia marca sua vida para sempre. Sua filha que tinha 23 anos de idade, (foto)   sofre um acidente de carro com o noivo, onde os dois perdem a vida faltando poucos meses para o casamento.



Sabrina Silva de Oliveira foto cedida pela entrevistada

Janir que na época trabalhava na EMEI Casa da Criança, ficou afastada por dois anos por depressão. Após esse período entre terapia e remédios, ela volta ao trabalho, porém, um novo acontecimento tira seu fôlego deixando-a com síndrome do pânico. Foi quando em uma sinaleira na Av.  Brasil, ela sofre um assalto, onde bandidos levam o carro com uma amiga e seu filho que na época tinha 14 anos, como reféns. 

Com isso, o estado emocional de Janir se agrava. Mais um período de lutas entre controlar a síndrome do pânico, a depressão e encontrar meios de enfrentar os problemas que iam surgindo ao longo do caminho. Tendo que voltar para o trabalho, a indicação era de que voltasse ocupando outra função. Acabou tendo dois empregos, um turno em uma escola infantil e o outro em uma empresa de telemarketing e call center, que segundo ela, era uma maneira de manter a cabeça bem ocupada, mas não conseguiu se adaptar, justamente porque era muito difícil lidar com um certo tumulto em suas atividades.

Até que surgiu uma oportunidade para atuar na Biblioteca Professor Antônio Nicolau Orth, em Campo Bom, no projeto "A hora do conto". Foi assim que ela  encontrou o seu lugar. Na ocasião, conheceu a Jane Michels, ( a Bruxa Filó) de Novo Hamburgo, que deu apoio a Janir para ingressar no mundo das histórias como contadora. Depois de algumas especializações e cursos de dicção e oratória, para perder o medo de apresentar-se em público, Janir recomeça sua vida ao trabalho. 

Desde então, ela faz a alegria das crianças e  visita alguns lares de idosos, levando histórias e compartilhando momentos de descontração. "A hora do conto, tem um valor especial e pessoal  pra mim, ela tem uma história na minha vida, ela me resgatou de dentro da minha casa", diz Janir Nardi, que enquanto estava no auge da depressão, mal conseguia sair do quarto.

Em junho de 2018, completará quatro anos de um trabalho que Janir não abre mão. Foi um tempo bem difícil e que hoje é de uma certa forma, amenizado com a vivência no projeto A hora do conto, que também é levada às pessoas que moram no lar de idoso. "eles gostam muito, esperam por esse momento, é como se você fosse parte da família deles", afirma Janir, que diz ser muito gratificante fazer esse trabalho. 

 
 
 

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